terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ballet - A arte que alcança uma nova classe

A Dança é uma das expressões artísticas mais apreciadas e praticadas em todo o mundo. Arte que se divide em diversos estilos e atraí várias idades, tem o balé como modalidade precursora, que se iniciou no século XV, e desde então tem evoluído, tanto em seus passos quanto no público que o pratica.

Dança que se originou nas cortes da Itália, elite do país, o balé, ou ballet em francês, é um estilo de dança clássico e equilibrado. Segundo profissionais da área, a modalidade exige muita técnica e prática, com ensaios periódicos e exaustivos.

Assim como seu começou, nas camadas nobres da Europa, o ballet foi se espalhando pelos outros países, sempre atingindo, em sua maioria as classes mais altas da sociedade. “O balé, principalmente a dança clássica, até o final da década dos anos 80 era exclusiva da classe média alta”, conta o secretário de Cultura de Londrina e bailarino, Leonardo Ramos.

O secretário e bailarino de muita experiência, disse que atualmente o perfil dos bailarinos mudou. “As pessoas da classe alta não possuem mais interesse pela arte do balé”, esclareceu. Para Ramos, essa nova fase que o balé passa, se dá devido aos princípios que o mundo atual tem priorizado. “A classe média e alta passa por essa realidade devido à bitolação em que se encontra, pois, se tornou refém do mercado. As crianças deixaram até a prática de esportes, para dar lugar aos cursos de línguas e informática.”

Mesmo que essa fase reflita de forma negativa, já que os jovens perdem o desejo pela arte, que para Ramos, é fundamental na formação do senso crítico dos cidadãos. Por outro lado, a nova realidade proporciona uma inovação para o balé em todo o Brasil, que se abre, então, para as classes menos favorecidas.

A novidade é consequência, segundo o secretário, da mobilização dos professores da arte, que para não deixá-la morrer começaram a promover ações socioculturais para atender, através da dança, as classes mais baixas.

Para exemplificar essa nova etapa vivida pelo balé, Ramos sita o exemplo da escola de balé de Londrina, “Ballet de Londrina”.
“Atualmente, quase 100% dos que frequentam o ballet clássico de Londrina são das classes menos favorecidas”, disse Ramos. Entre as ações desenvolvidas responsáveis por mudar esse quadro, está as bolsas de estudos e os descontos na mensalidade, que incentivam crianças e adolescentes a buscarem o sonho antes inalcançável que se tornou real.

Essa nova realidade e a iniciativa dos profissionais e produtores da cultura do balé, gerou novas oportunidade para a população da classe baixa e fez com que essa linda arte não fosse esquecida e extinguida pela ânsia da vida capitalista. “As pessoas menos favorecidas começam a exercer e procurar a dança, porque foi criado uma oportunidade, então, eles vão em busca dos seus sonhos e do que é direito deles como cidadãos.”

O resultado de tudo isso são jovens de lugares carentes e que de situações muitas vezes de risco, encontrando na arte um nova oportunidade para ser feliz. “A classe social não determina o desinteresse e a falta de conhecimento da cultura, porém, é a falta de oportunidade que as impede de desfrutar o inalcançável”, completa Ramos.

(por Mayara Teles)

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